domingo, 13 de novembro de 2011

Salta, mais que linda

Chegar a Salta não foi simplesmente arrumar as malas e comprar a passagem. Foi romper com uma série de paradigmas, entre elas, viajar sozinha a um lugar distante e isolado. Mas logo fui me apaixonando e acredito que foi um dos lugares mais deliciosos que visitei na Argentina.


Após enfrentar 18 horas de ônibus desde Buenos Aires à capital saltenha, o que mais queria era começar a explorar o lugar. Já havia sido avisada que o calor e a altitude poderiam ser fatores complicados, mas como a viagem seria completamente de aventura, fui me preparando fisicamente meses antes, para tal façanha.
Fazia muito calor, e como boa branquela, fui cautelosa com o sol.

A cidade no estilo colonial traz um ar aconchegante, de festa, de alegria mesmo. As caras argentinas são bem diferentes das que estamos habituados a ver na capital portenha, inclusive, o humor me surpreendeu bastante. Os saltenhos são muito amáveis, sempre bem dispostos a ajudar com alguma informação. Lembravam os brasileiros!  Como chegamos pela tarde - viajei com o meu amigo Javier - acomodamos as mochilas no hostel e fomos em direção ao Cerro São Bernardo. Muitos preferem subi-lo com o teleférico, que se toma na praça San Martin. Muito corajosos, subimos as centenas de degraus a pé mesmo. É cansativo, mas vale a pena.


Monumento Guemes ao pé do cerro


Haja pernas para subir o cerro, ufa!


Lá no alto do cerro têm alguns restaurantes, um museu, uma bonita praça para descançar e outros atrativos para os turistas. Tem uma cascadinha charmosa para tirar boas fotos e respirar um ar fresco também.

Decidimos não pagar os 30 pesos argentinos para descer de teleférico. E lá fomos nós degraus a baixo, até doer os joelhos! rs.

O bondinho é uma boa opção para subir o cerro


Mucha peña y empanadas

Como a noite saltenha é muito charmosa, repleta de peñas (apresentações folclóricas de dança e músicas típicas da região), decidimos investir a noite na rua Balcarce, onde estão os principais bares com suas peñas a preços bem atraentes para os bolsos brasileiros. Em média, com 30 pesos dá para fazer uma boa refeição e ver as apresentações. No mesmo endereço, encontra-se muita vida noturna, ideal para quem quer dançar a um som mais cosmopolita. Mas sinceramente, prefiro viver a cultura local, acompanhada de umas deliciosas empanadas, iguaria típica da região que se parece a uma esfirra nossa, recheadas com carne, frango, queijo...


Vivendo Salta sem muito investimento


No geral, Salta é uma cidade barata. Em média os hostels custam 40 pesos a noite, com cozinha e banheiro compartilhados. E como nós mochileiros queremos aventura e beleza a baixo custo, a cidade de Salta rende uns 3 dias de visita cultural e boa gastronomia.

Para os curiosos gastronômicos, eu recomendo o mercado central, que, além de poder provar os famosos tamales, que são as nossas pamonhas salgadas (mas estas, recheadas com carne de lhama), poderá comprar as tão requisitadas folhas de coca, pois tem muita gente que sofre com o mal de altura, conhecido como apunamiento.

Um ponto turístico que não pode ser deixado de lado é a plaza 9 de Julio. Neste local estão as igrejas, o cabildo, o museu das múmias, tudo bem próximo ao centro comercial. É interessante durante à noite pelas ofertas de restaurantes e peñas, pois ali se encontra várias pessoas ofertando promoções bem tentadoras.
Já durante o dia está interessante para apreciar a vida local, a arquitetura da Igreja San Francisco e o Convento San Bernando e visitar os vários museus que circundam a praça, entre elas o M.A.A.M., conhecida por museus das múmias. É uma parada obrigatória para quem visitar Salta! Muito bem estruturada, conta com a exposição de múmias e seus pertences de há aproximadamente 500 anos. Na época, custou 30 pesos a entrada e eles contam com visita guiada que vale a pena investir.



 Criança saltenha


Igreja San Francisco


Dicas

- Para quem não gosta de caminhar, a cidade oferece um tour através dos ônibus circulares BTS. Custam em média 40 pesos e passam pelos principais pontos turísticos da cidade.

- A poucos minutos do centro, está San Lorenzo, um lugar para quem quer apreciar a vista das montanhas e um bom cavalgado. Muitos lugares também contam com degustação de vinhos.

- A cidade possui uma excelente estrutura turística. na rodoviária e próximo à praça 9 de julio, estão pontos de informações turísticas, onde o turista recebe mapas, folders e uma série de material para que possa escolher qual lugar visitar.

- Na rodoviária existem pessoas que indicam hostels para hospedar. Geralmente são bons lugares a ótimos preços.

Agora é só arrumar o mochilão e explorar a capital mais linda do Noroeste argentino.
Suerte y felicidad!

Simplesmente, Mariana

Mariana é uma cidade que lembra muito a Ouro Preto, com o diferencial de que é menor e muito mais tranquila. Parece com essas cidadezinhas que a gente escuta falar nas estórias contadas na infância, com casinhas coloridas, jardins impecáveis. Outro sonho guiado por uma maria fumaça, igualzinho ao que a minha avó contava...

Os encantos de Mariana valem a pena ser vistos e explorados pelos turistas e viajantes instigados pela história e beleza. Dispensa modernidade. Sem essa de ônibus e taxi, porque o bacana mesmo é fazer o trajeto Ouro Preto-Mariana com a maria fumaça, conforme mostrei no post Ouro Preto: o barroco cheio de encantos.

Com algumas horas dá para conhecer os principais pontos da cidade, com suas igrejas, museus e praças com a grama verde exuberante.



Pracinha central de Mariana


Lateral da Igreja Matriz


Arquiteturas belíssimas




Dicas

- Recomendo a levar algum lanche, porque no dia em que estive por lá (em um domingo), não havia muita opção de restaurantes, até porque cheguei no meio da tarde.

- Tente conseguir um lugar na janela do lado direito na maria-fumaça, pois deste local poderão ser visualizadas algumas cachoeiras que desenham a estrada de ferro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ouro Preto: o barroco cheio de encantos

Ouro Preto era um sonho. E ao me deparar com esse sonho, fui logo surpreendida. Lá não é só cultura e história. Ouro Preto é uma viagem ao passado recheada de histórias e gente deliciosa. Um dos lugares mais românticos que visitei no Brasil até hoje. Talvez, por haver tantas belíssimas igrejas...

Dizem que a cidade é o maior conjunto barroco do mundo. Para quem teve matérias como História da Arte na faculdade ou mesmo aulas de História no colégio, barroco, putz, parece uma furada e associado a igrejas, religiosidade é repelente para muito brasileiro que prefere um estilo mais "divertido".

Particularmente, eu sempre tive vontade de conhecer Ouro Preto. Mas a ideia de ela estar "longe" de São Paulo me desanimava. Também, achava que a cidade era cara, por receber muitos turistas internacionais. Mas a cidade foi uma surpresa em muitos aspectos, começando pelos mineiros, povo muito hospitaleiro, simpático, sempre disposto a contar algo da cidade sem pedir nada em troca. Depois, a beleza extraordinária das ruas, edifícios e o ambiente cultural visto por todos os lados, e para completar, o clima agradável (muito sol, mas com vento fresco, que ajudou bastante nas muitas subidas de morros). Tudo isso permitiu que a viagem a Ouro Preto fosse realmente inesquecível.


Vista panorâmica da pousada Ouro Preto

Como chegar
Saímos de Belo Horizonte cedo, para aproveitar melhor o dia. A viagem de BH a Ouro Preto não durou mais de 2 horas (são 100 km de distância) e o preço da passagem custou R$ 18,85 para casa um. Os ônibus da empresa Pássaro Verde saem todos os dias de hora em hora, o primero às 6h e o último às 23h. Para mais informações consultar: http://www.passaroverde.com.br/site/novaconsulta/bh_ouropreto.html

Preços
Fui em janeiro de 2009, alta temporada em muitos destinos, mas em Ouro Preto os preços estavam ótimos. Fui com o meu namorado e ficamos 3 noites na Pousada Ouro Preto, bem pertinho da Igreja da Conceição e logo abaixo de uma capela que agora não recordo o nome (é impossível memorizá-las!). Pagamos R$ 100,00 em um quarto para casal, por noite. Incluía um café da manhã tão vasto e delicioso que nem almoçávamos. Comíamos algo na padaria e jantávamos à noite. Lá não tem muita opção de restaurantes, e estes eram um pouco caros. A típica comida mineira só se encontra com muita caminhada, e os lugares estão quase sempre cheios.

Onde ficar
Os hotéis são caros. Aconselho as pousadas. Por internet podem parecer salgadas e as fotos nem sempre correspondem com a realidade. Mas se você for na baixa temporada (janeiro ou depois do carnaval - Ouro Preto tem um dos melhores Carnavais do Brasil), dá para pechinchar. Muitos tem estilo colonial, o que dá mais charme à sua estadia.
Na minha opinião, a melhor localidade da cidade é ans proximidades da praça Tiradentes. Perto dela, se lembro bem, há pelo menos 5 igrejas, 2 museus e a feirinha de artesanato que é im-per-dí-vel.

Quanto aos albergues e camping sei muito pouco, até porque não me atraiu essa opção. Sei que existe o sistema de aluguéis de trailer. Tampouco sei como funciona. Mas para quem pretende acampar, deixo um contato aqui: ccb@campingclube.com.br

O que conhecer
Igrejas, igrejas e mais igrejas e claro, os museus! A atração da cidade é sem dúvida as igrejas e seus museus. Mas não fica só nisso não. Caminhar pelas ladeiras de Ouro Preto foi uma das melhores experiências que tive na vida! A cidade mantém a arquitetura original, então gente é realmente uma volta ao passado. A população é muito bem informada, sempre disposta a contar um "causo". Mas para facilitar o seu passeio, um precioso conselho: mapa. Você poderá consegui-lo gratuitamente na rodoviária ou na Casa de Turismo, pertinho da praça Tiradentes. Ele é imprescindível para definir o roteiro e não perder tempo. As igrejas parecem estar próximas uma das outras (algumas estão realmente próximas), mas a geografia do lugar engana. Perde-se muito tempo subindo e descendo ladeira e se você é curioso como eu, vai perder muito mais tempo observando a arquitetura, as obras do Aleijadinho e conectar toda a essa informação com o visual e história do lugar. Por isso, planejar antes de sair é a melhor opção.

Procure definir um caminho fácil em que as igrejam e museus façam parte dessa rota. Em 4 dias não consegui conhecer todas as igrejas e nem a Casa dos Contos. É importante saber que nas segundas-feiras, muitas igrejas e museus estão fechados e o horário de atendimento é de 10h às 17h. Portanto, se tiver pouco tempo disponível, trace um roteiro simples e que esteja perto da praça Tiradentes.


Mapa para se localizar na cidade

Vista da Capela Sao José

 
Rumo a Mariana

 
Em Mariana

As igrejas, os museus, as capelas e os guias turísticos
As igrejas são belíssimas. Algumas estão deterioradas e por isso, é possível encontrar igrejas fechadas por causa das reformas e da restauração. O interessante mesmo é ter um guia para contar as histórias de cada uma delas. Dizem que na época da exploração do ouro, cada família ou comunidade influente mandava construir uma igreja para exibir o seu poder. Então, cada igreja tem um estilo peculiar, com paredes folhadas a ouro e com imagens oriundas de diversas partes da Europa. A minha preferida é a Igreja da Nossa Senhora do Carmo. Lindíssima, com um museu muito bem projetado e organizado (muitas igrejas tem os museus logo ao lado).

Os museus contém a história de Ouro Preto, que não está limitada em suas igrejas. O museu do Aleijadinho é interessantíssimo (está logo atrás da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição). As entradas são muito baratas, e para estudantes saem em torno de R$ 5 ou menos (com a carteirinha da faculdade ou de alguma entidade que comprove seu estado de estudante). Outro museu que gostaria de ter conhecido, mas que por falta de tempo não consegui é o Museu da Inconfidência, na praça Tiradentes. Ouro Preto é um banho de cultura e é parada obrigatória para conhecer mais sobre a nossa história.

As capelas estão espalhadas pela cidade, e não necessariamente estão no centro. Algumas estão escondidinhas, esperando que algum curioso as descubra. Foram construídas graças à fé e ao esforço dos escravos que para terem uma igreja bonita, assim como a de seus senhores, escondiam o ouro entre as unhas ou entre seus cabelos, por isso o ouro (em menor escala) em suas capelas.

Eu não contratei um guia, porque havia lido muito antes de viajar. Mas me arrependo muito dessa atitude avara. A web disponibiliza muita informação interessante, mas não é o mesmo do que ter um nativo com seu delicioso sotaque mineiro, contando as histórias de cada cantinho da cidade. Então, outro conselho é contratar um guia. Eles estão espalhados pela cidade com um colete verde musgo (estes são os cadastrados), e há os moradores que se fazem passar por guias. Ambos são ótimos, mas o guia profissional, logicamente está mais preparado e o preço é negociável. No meu último dia na cidade, descobri que cobravam R$ 40 para acompanhar em todas as igrejas!!! Baratíssimo. E são informações galera, que não tem preço.

Outros atrativos
A Festa do Congado, que acontece justamente em janeiro, não está desenhada para os turistas. Descobri por pura teimosia: queria conhecer uma capela construída por escravos. Passei pela casa da Marília de Dirceu e um senhor me disse que naquela direção havia uma capela desse estilo. Fomos. Foi uma das "escaladas" mais difíceis da viagem. Já não aguentávamos mais caminhar e depois de quase 30 minutos subindo ladeira, demos com o nariz na porta. Frustrados, ficamos descansando numa escada. Eis que passa uma senhora com seus 70 anos, subindo aquela rua íngreme sem perder o fôlego. Ela fez uma brincadeira qualquer com a gente e perguntei se havia algo interessante para conhecer naquelas redondezas. Foi então que descobrimos que por detrás da igreja dos escravos havia um desfile do congado. Não deu outra, fomos acompanhar o desfile que desembocou numa capela onde o padre rezava a missa com roupas africanas. Foi um espetáculo a céu aberto e só para mim e meu namorado. O desfile tinha muitos rituais: por onde passavam as janelas das casas deixavam panos brancos pendurados. Músicas e ritmos africanos eram tocados e cantados e na porta da igreja uma luta de capoeira! Uma sorte incrível.

Como já comentei, a Casa dos Contos era um dos lugares que estava na minha lista, mas que ficou para a próxima oportunidade. Acho importante conhecê-la por ser um dos mais belos atrativos barroco da cidade. Passei na frente...putz, e ficou para a próxima mesmo.

A casa de Tomás Antônio Gonzaga tampouco visitei (snif). Estava fechada no dia em que fui visitá-la. Mas é parada obrigatória para quem leu e curtiu a história de amor entre ele e Marília. No local você ainda encontra traços do período escravagista.

A Escola de Minas, também não conheci. Mas dizem que é super interessante, porque lá você pode verificar a evolução tecnológica da engenharia brasileira, além de conter o observatório.

A rua Direita sem você querer, vai descobri-la. De dia ou de noite ela é o coração da cidade, com suas lojinhas de artesanados e jóias. E onde estão os bancos!

O Teatro Municipal é o mais antigo da América do Sul. É muito interessante conhecê-lo, além do mais porque você tem uma vista privilegiada da Igreja Nossa Senhora do Carmo. E na esquina dessa igreja, antes de chegar no teatro, está o seu Leonardo, um artista de rua que faz pinturas em aquarela sobre os principais pontos turísticos da cidade. O cara é uma figura, e pode passar horas discutindo com você sobre a "ignorância do turista brasileiro quanto à arte".

A Feira da Pedra de Sabão, na minha opinião, é o melhor lugar para comprar souvenirs. Eu achei tudo muito bonito, barato e há uma variedade de produtos que te faz você gastar sem piedade. É bom que antes você dê uma olhada, pesquise preços e por último, pechinche, pois vale a pena!

Sei que o carnaval de Ouro Preto é ótimo, conheço gente que foi e que fala maravilhas dele. A reserva de hotéis tem que ser feita meses antes, porque a cidade literalmente lota. O Festival de Inverno também é muito cotado, mas desconheço quem haja participado do evento.

A noite em Ouro Preto é típica das cidades do interior brasileiro. Na rua Direita junta-se a galera com seus carros barulhentos e ficam naquele sobe e desce. Confesso que não procurei muita diversão para essa hora, pois estava destruída. Aguns bares oferecem música ao vivo.

Padre com seus trajes afro

Participantes do congado

O que levar
Mulheres, esqueçam as rasteirinhas, plataformas, saltos e jeans! Ouro Preto exige roupas leves, muito protetor solar, água e tênis. As ruas de paralelepípedo são escorregadias e muito inclinadas. Levar um tombo é bem fácil e se choveu...pior. Como se caminha muito, procure levar uma mochila e alguma comida, como sanduíche ou uma fruta. A cidade não tem barraquinhas de cachorro quente espalhada pelas esquinas não.
Fotografe, tire muitas fotos, porque o lugar inspira. Como comentei antes, se tiver carteirinha estudantil, leva, pois com ela você pode conseguir excelentes descontos.
À noite costuma-se fazer um friozinho, portanto, leve alguma peça para o frio.
Já os homens são mais práticos. Então meninos, é o velho moletom com tênis e nada mais.

Bancos
Os principais bancos estão localizados na rua São José ou na rua Direita.
Turistas de outros países, não aconselho a levar dólar ou outra moeda. Tem muito turista internacional, mas não vi uma casa de cambio sequer.

E aproveitar! E se tiver sobrando uma graninha, não custa nada dar um pulinho à Mariana. Eu sei que tem ônibus que faz esse trajeto, mas o luxo é fazê-lo com a maria fumaça, viagem que dura em média uns 30 minutos.
A cidade tem o estilo de Ouro Preto, mas a viagem de maria fumaça é maravilhosa. Você verá montanhas, cachoeiras, rios e muito, muito verde.

Eu, feliz da vida com as minhas fotos

Maria fumaça que faz a rota Ouro Preto - Mariana


Deixo abaixo algumas informações sobre a viagem com a maria fumaça, de Ouro Preto a Mariana:

Funcionamento do trem: sexta a domingo e feriados
Saída de Ouro Preto: 10 h
Saída de Mariana: 14 h
Preço (por trecho): R$18,00
Preço (ida e volta): R$30,00
Crianças até 5 anos no colo: livre
Crianças de 6 a 10 anos: 50% de desconto
Adultos a partir de 60 anos: 50% de desconto
Obs: horários e tarifário sujeitos a mudanças inesperadas

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A primeira viagem


Não é muito fácil; você fica nervoso, repassa pela ésima vez o que botou na mala, os documentos, o dinheiro! Não tem grandes motivos para estar estressado, mas fica. Torna-se irritável, parece uma bomba relógio ambulante. Todo mundo passa a ter cara de terrorista e perder a mala de vista nem pensar! você morre de medo de que alguém coloque drogas, objetos roubados ou qualquer outra coisa nela que possa incriminá-lo. Mas por incrível que pareça amigo, isso que você sente é normal.

Escrever um blog, ainda mais sobre viagens (minha primeira experiência no tema) causa essa mesma “vertigem”: o medo de que ninguém leia, de que não sirva pra nada, de que não haja tempo de atualizá-lo, de que seus amigos entrem e pensem “pouco original”, “falta de estilo”, enfim, são medos e eles existem, não importa a situação. Portanto, se tem algo que defini para este blog foi não ter pretensões para ele.

Gente, eu amo viajar! Pra mim é tão vital como fazer amor, pois é uma experiência tão enriquecedora e que me faz tão feliz que por outro lado, me entristece bastante essa limitação que muitos de nós sofremos: muitos de nós não podem conhecer mais além de cidade por falta de oportunidade, estímulo, dinheiro e isso, de certa forma, é injusto. Há tanta coisa linda pra conhecer e viver por aí! Por outro lado, quero enfatizar que nem sempre a grande viagem de nossas vidas está a milhares de quilômetros de nossas casa. Às vezes, uma experiência inesquecível está a poucas horas, a preço de uma passagem de trem, tão perto que jamais cogitaríamos tal possibilidade.

Mas pra mim, o mais importante mesmo é a companhia. Seja planejada ou encontrada, as pessoas que nos acompanham por essa aventura é o imprescindível para que sua viagem seja uma experiência pra lá de prazerosa.

Boa viagem para todos nós,
Michele.